As mortes causadas por sepse na unidade de terapia intensiva (UTI) são precedidas, frequentemente, do desenvolvimento de insuficiência múltipla dos órgãos, resultante de inflamação descontrolada.
A utilização de ácidos graxos do tipo ômega-3, principalmente o ácido eicosapentaenóico (EPA) e docosahexaenóico (DHA), tem demonstrado ser capaz de atenuar os efeitos da inflamação não controlada e melhorar o prognóstico destes pacientes.
Um estudo inglês, recém-publicado, foi realizado com o objetivo de avaliar os efeitos do uso parenteral de ômega 3 (0,092g EPA+DHA/kg de peso/dia) em pacientes sépticos. Sessenta pacientes críticos com diagnóstico de sepse foram randomizados para receber ômega 3 parenteral uma vez por dia na dose de 2 mL/kg/dia durante 14 dias; ou apenas os cuidados médicos padrão, sendo que quarenta e um pacientes (21 no grupo ômega 3 e 20 no controle) foram avaliados por meio de amostras de sangue nos dias 0,1,2,3,5,7,10 e 13.
Os resultados apresentaram redução da quantidade de ácido araquidônico (AA) em relação a quantidade de EPA + DHA, além da redução da mortalidade de pacientes do grupo ômega 3 (13,3%) em comparação com o do grupo controle (26,7%), apesar desta diferença não ter sido estatisticamente significativa houve ainda, uma redução na razão AA/EPA+DHA que foi associada com uma melhora significativa da sobrevida.
Os autores concluíram que o fornecimento de dose elevada de ômega 3 resultou em um aumento rápido e significativo dos níveis de EPA e DHA, assim como a redução na razão AA /(EPA+DHA) associada a maior sobrevida.
Referência: Hall TC, Bilku DK, Neal CP, Cooke J, Fisk HL, Calder PC, Dennison AR. The impact of an omega-3 fatty acid rich lipid emulsion on fatty acid profiles in critically ill septic patients. Prostaglandins Leukot Essent Fatty Acids. 2016 Sep;112:1-11.
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